A pirâmide populacional mostra que o número de mulheres acima de 40 anos de idade está aumentando significativamente em todos os países do mundo. No Brasil, segundo dados do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), quase metade das mulheres já está nessa faixa etária e no ano de 2050 ultrapassará a marca de 50% da população feminina.
Com a redução das taxas de natalidade, as mulheres climatéricas vêm sendo majoritárias nos consultórios de ginecologia e os sintomas que podem surgir decorrente do declínio hormonal desse período devem ser melhor compreendidos. A síndrome do climatério é um conjunto de sinais e sintomas decorrentes da interação entre fatores socioculturais, psicológicos e endócrinos que ocorrem na mulher que envelhece. Seu diagnóstico é clínico nas mulheres com a faixa etária esperada para a redução da produção hormonal pelos ovários, mas quando necessário, pode ser confirmado pela dosagem dos hormônios sexuais no sangue. A menopausa se refere a data do último episódio de sangramento menstrual apresentado pela mulher e sua definição é feita retrospectivamente.
Frequentemente, os sintomas próprios do climatério podem se iniciar logo após os 40 anos deidade, e por isso, a partir deste período, a redução dos níveis de estrogênio associado ao envelhecimento, especialmente quando associado à síndrome metabólica, pode comprometer o bem estar e levar a maior ocorrência de doenças crônico-degenerativas.
Portanto, a consulta ginecológica nesta fase, é uma excelente oportunidade para estabelecer medidas de promoção da saúde visando a longevidade e qualidade de vida, e condutas direcionadas a prevenção de doenças crônico-degenerativas; tais como o diabetes, hipertensão, doenças da tireoide, entre outras; e aos cânceres, particularmente o de colo uterino, mama e intestino, que podem ser preveníveis ou diagnosticados em uma fase inicial da doença.
Os exames complementares para mulheres no climatério devem ser realizados de maneira criteriosa. O benefício e o risco de cada exame deve ser observado. Exames complementares sem uma definição específica de plano diagnóstico e terapêutico devem ser evitados. A propedêutica mínima no climatério inclui: preventivo, exame de sangue para rastreio de anemia, diabetes, dislipidemia, alterações da tireoide, rim, fígado etc., mamografia, ultrassom, densitometria óssea, pesquisa de sangue oculto nas fezes e/ou colonoscopia. A periodicidade e a necessidade de outros exames complementares dependem do perfil de cada mulher.
A terapêutica hormonal da menopausa pode ser indicada para tratar os sintomas do climatério. A história clinica detalhada e os exames complementares são fundamentais para definição dos riscos e benefícios, planejamento da reposição hormonal e acompanhamento da mulher que realiza o tratamento.
Prevenção é o melhor caminho, além de visitar regularmente o médico e realizar os exames recomendados, é importante lembrar que a maior parte das doenças crônico-degenerativas e tumores que afetam homens e mulheres são passíveis de prevenção. Um alerta importante é que cerca de 30% dos casos de canceres poderiam ser evitados com a adoção de um estilo de vida saudável, que incluem alimentação equilibrada e prática de atividades físicas, tais como:
- Não fume: o cigarro libera mais de 7.000 compostos e substâncias químicas que são inaladas por fumantes e não fumantes. O hábito amplia o risco de cânceres como os de pulmão, cavidade oral, laringe, faringe e esôfago, mas também influencia em todos os demais.
- Mantenha uma alimentação saudável: priorize a ingestão de alimentos de origem vegetal (frutas, legumes, verduras, cereais integrais e leguminosas) e evite alimentos ultra processados, especialmente carnes como presunto, salsicha, linguiça, bacon, salame e mortadela.
- Pratique atividades físicas e mantenha o peso corporal: manter o peso saudável e a prática diária de atividade física é fundamental para prevenir o câncer ao longo da vida. Caminhar, pedalar, dançar, trocar o elevador pelas escadas e até levar o cachorro para passear são ótimas opções para ter uma vida mais ativa.
- Amamente: além de reduzir o risco do câncer de mama, a amamentação exclusiva até os seis meses deidade e prolongada até os dois anos ou mais ainda protege as crianças contra a obesidade infantil.
- Evite a ingestão de álcool: o consumo em qualquer quantidade aumenta a incidência de câncer, especialmente quando combinado ao tabaco. Portanto, é melhor evitar.
- Exponha-se ao sol com cuidado: evite a exposição entre 10h e 16h e use sempre proteção adequada, como chapéu, barraca e protetor solar, inclusive nos lábios.
- Vacine-se: além da vacinação contra o HPV, recomendada para meninas de 9 a 14 anos e meninos de 11a 14 anos, é importante se imunizar também contra a hepatite B, diretamente ligada ao câncer de fígado.
https://www.inca.gov.br/causas-e-prevencao/como-prevenir-o-cancer
