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Cuide-se por inteiro: um olhar para a integralidade da saúde da mulher e seu bem-estar

Cuide-se por inteiro: um olhar para a integralidade da saúde da mulher e seu bem-estar

Durante muito tempo, o cuidado com a saúde da mulher ficou restrito quase que exclusivamente às questões relacionadas à gestação e parto. No entanto, uma perspectiva mais abrangente tem ganhado espaço, com diretrizes voltadas a grupos vulneráveis, direitos sexuais e reprodutivos, planejamento familiar, assistência materno-infantil e rastreamento de diversas doenças, como o câncer de mama e do colo do útero; além de boas práticas para dar liberdade de escolha e autonomia sobre o próprio corpo.

E diante de tantas possibilidades, entender e conhecer o próprio corpo são fundamentais para melhorar o bem-estar e aumentar a longevidade.

Dicas para seu bem-estar

Cada mulher tem necessidades específicas quanto à atenção com a saúde e o bem-estar. No entanto, algumas recomendações gerais são pilares para a saúde integral.

1. Tenha uma alimentação saudável: não se trata de fazer dietas restritivas e, sim, de garantir uma nutrição adequada.

2. Pratique atividades físicas: a recomendação da Organização Mundial de Saúde (OMS) é praticar 30minutos diários de atividade moderada, 5 vezes na semana.

3. Realize exames de rotina: a consulta médica de rotina anual tem como objetivo a prevenção e o diagnóstico precoce de doenças. Além da entrevista e do exame físico, exames complementares também podem ser necessários para avaliar sua condição de saúde. O rastreio do câncer de colo de útero é feito através do preventivo, e o do câncer de mama através da mamografia e ultrassom das mamas, além do exame físico. A necessidade e a frequência da realização desses, e outros exames, pode variar, dependendo da idade, do histórico familiar e de outros fatores de risco.

4. Visite o médico com frequência: as consultas não devem acontecer apenas para a realização de exames de rotina, mas também se notar qualquer sintoma ou desconforto. Também é importante definir métodos de contracepção ou tirar dúvidas sobre o próprio corpo, por exemplo.

5. Dê atenção à saúde mental: segundo a Organização Mundial da Saúde, para uma pessoa ser saudável, não basta a ausência de doenças. A OMS aponta que, para se ter saúde, é preciso que haja o bem-estar completo: físico, mental e social. Quadros como depressão, ansiedade e estresse tem que ser tratados corretamente para garantir a saúde integral.

6. Cuide da higiene íntima: a higiene íntima é indispensável para evitar infecções comuns, como a candidíase. É fundamentar usar produtos neutros ou recomendados para a área, além de evitar uma limpeza agressiva e excessiva com o sabão várias vezes ao dia. Também é importante não usar roupas muito apertadas, não ficar com a roupa íntima ou biquíni molhado um longo tempo e não compartilhar objetos pessoais.

7. Previna-se contra doenças sexuais: é essencial eleger corretamente métodos para prevenção de doenças sexuais e de contracepção. O uso de preservativo ainda é o método mais eficaz para prevenir infecções sexualmente transmissíveis (ISTs). Também é indispensável ter atenção aos relacionamentos e fazer testes frequentes quanto a essas doenças, também nos parceiros.

Principais fases da vida da mulher

Cada etapa demanda cuidados específicos com a saúde. Entenda as principais fases da vida da mulher!

Puberdade e Menarca

Durante a infância, as meninas mantém o bloqueio dos hormônios sexuais, ou seja, esses hormônios não tem ação para o organismo. No entanto, a partir da puberdade, isso começa a mudar e teremos o marco da transição para a fase adulta. Ocorre geralmente entre os 8 e 13 anos e é o resultado do aumento progressivo da ação dos hormônios esteroides sexuais, tais como o estrogênio e a progesterona. Como resultado, ocorre o desenvolvimento das mamas, o crescimento dos pelos pubianos e axilares, o acúmulo de gordura no quadril, o aumento acelerado da estatura (“estirão”) e a primeira menstruação, conhecida como menarca. A menstruação é o resultado da descamação do endométrio (revestimento interno do útero). Afinal, a partir desta fase, todos os meses, o útero se prepara para receber uma gestação. Quando a gravidez não acontece, o endométrio é liberado na forma de menstruação.

Idade fértil e Gestação

Uma boa parcela da população total é de mulheres em idade fértil, entre 10 a 49 anos. É um período amplo, no qual estão mulheres adolescentes e adultas, em diferentes situações de vida e em contextos culturais, familiares e sociais em constante mudança.

O sistema reprodutor feminino é uma parte indispensável para a saúde da mulher nesta fase, e está diretamente relacionado a produção dos hormônios sexuais que tem impacto no bem estar físico, sexual e psicológico. O cuidado do sistema reprodutor também tem a ver com a proteção contra doenças sexuais.

A prática de relações sexuais desprotegidas e de risco aumenta o risco de transmissão de váriasdoenças, que podem causar infertilidade e doenças crônicas, tais como, hepatite B, HIV etc.

Ciclo menstrual

O ciclo menstrual representa o período entre uma menstruação e outra e costuma variar de 24 a 38 dias.

A intensidade do fluxo e a duração da menstruação também podem variar, em geral, entre 3 e 5 dias. O período fértil é a fase do ciclo que a mulher está mais apta a engravidar, porque nesta fase haverá a liberação do óvulo pelo ovário, que poderá ser fecundado por um espermatozoide, caso tenha relação sexual desprotegida neste período. Para quem não deseja engravidar, é o período que exige maior atenção quanto à contracepção.

Gestação

Resgatando o conceito da OMS para uma condição de saúde, o ciclo gravídico puerperal é uma circunstância na vida dessa mulher, que se segue a um período de fertilidade, podendo ser desejada e planejada, ou surpreendendo de maneira não prevista ou planejada, com sentimentos de ambivalência e de aceitação, ou não. Da mesma maneira, segue-se uma outra circunstância na vida da mulher: a maternidade, que evoca uma dupla responsabilidade – pela própria saúde e pela do filho. É fundamental essa compreensão sobre a continuidade das circunstâncias e a integralidade da vida dessa pessoa: saúde da mulher, saúde da gestante, saúde da puérpera e saúde da mãe.

A gestação produz profundas alterações no organismo materno com o objetivo de adequá-lo às necessidades do binômio mãe-feto e do parto. Inicialmente estas alterações se devem às ações hormonais provenientes do corpo lúteo e da placenta e a partir do segundo trimestre, também ao crescimento uterino. Praticamente todos os sistemas apresentam mudanças funcionais ou estruturais coma evolução da gestação. A vigilância da saúde da gestante deve ser continua, e a identificação de risco gestacional deve disparar medidas preventivas imediatas. A maioria dessas alterações desaparece após a gestação.

Climatério e Menopausa

Climatério é o período de transição em que a mulher passa da fase reprodutiva para a fase de pós-menopausa. Tem início por volta dos 40 anos e se estende até os 65 anos e é marcado por uma redução progressiva da produção dos hormônios sexuais ovarianos, e pode ser acompanhado de impactos físicos e psicológicos. Os ciclos menstruais se tornem irregulares, até cessarem por completo. Dessa forma, a menopausa (última menstruação) é um fato que acontece durante o climatério, e ocorre, em média, aos50 anos.

Algumas mulheres nesta fase podem sentir ondas de calor, acompanhadas de transpiração, tonturas e palpitações; suores noturnos prejudicando o sono; depressão ou irritabilidade; alterações nos órgãos sexuais, como coceira, secura da mucosa vaginal; distúrbios menstruais; diminuição da libido; desconforto durante as relações sexuais; diminuição do tamanho das mamas e perda da firmeza; diminuição da elasticidade da pele; aumento da gordura circulante no sangue; aumento da porosidade dos ossos etc.

O climatério é um período de declínio hormonal natural na vida de todas as mulheres, e os sinais e sintomas podem variar muito, tanto em intensidade como duração, que na maior parte, serão acompanhados com medidas comportamentais, tais como, reeducação alimentar, cuidados da saúde mental e atividade física. Em alguns casos pode ser necessário ou desejado, a terapia de reposição hormonal para restabelecer o declínio hormonal, em mulheres sem contraindicações. Em casos específicos pode ser indicado, o uso de fármacos para prevenção e tratamento de osteoporose, antidepressivos, suplementos etc.

Saúde mental da mulher: não deixe passar

Quando falamos na saúde da mulher, é essencial entender que o papel feminino na sociedade tem grande influência nesse cuidado. As mulheres vivenciam intensas mudanças hormonais ao longo da vida, que podem afetar diretamente o bem-estar físico e emocional. Além dessas mudanças, outros desafios devem ser considerados, como a busca exagerada ao padrão de beleza da sociedade, a sobrecarga e dupla-jornada de trabalho e até mesmo o assédio e violência que permeiam a vida de algumas mulheres.

Diante deste cenário, a saúde mental da mulher pode ser comprometida na autoestima, no autocuidado e na autonomia sobre o próprio corpo, e são assuntos importantes dentro deste tema.

Mesmo com a difícil rotina do cotidiano, lembre-se que para se ter saúde, é preciso que haja o bem-estar completo: físico, mental e social; e isto demanda entre muitas outras coisas, a prática regular de atividades físicas, uma alimentação saudável e uma boa rotina de sono – pilares básicos para a saúde integral de todo indivíduo, como já visto.

É importante manter o corpo e a mente em equilíbrio, e algumas dicas simples são essenciais!

  • Comece a dividir responsabilidades
  • Aprenda a priorizar e dizer “não”
  • Tire um tempo para você
  • Diminua o nível de estresse realizando atividades relaxantes, hobbies e mude sua percepçãosobre as situações
  • Procure um profissional especializado, se necessário, não deixe passar.

Fontes: Ministério da Saúde, Einstein, Instituto Cactus

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